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Pesquisa realizada na USP aponta que ASPs vivem em reclusão mesmo não sendo prisioneiros

“Os ASPs sofrem com a apena de reclusão, muito embora não sejam eles o prisioneiro. Atrás dos muros e das grades de uma prisão, funcionários adoecem, ou morrem, de forma silenciosa e sem grandes alardes: transtornos de humor e transtornos neuróticos, uso abusivo de substâncias psicoativas, desordens ansiogênicas, dificuldades para dormir ou respirar, frustração profissional, alta insatisfação nas tarefas, dificuldade em manter um relacionamento conjugal satisfatório e até mesmo suicídios. O espaço de vida do ASP no interior do cárcere, é algo que limita as possibilidades de desenvolvimento pessoal e de grupo”.
Este é um dos trechos da conclusão de uma pesquisa sobre ASPs no exercício de sua função realizada pelo pesquisador e psicólogo Arlindo da Silva Lourenço. A pesquisa faz parte de uma tese de doutorado, coordenada pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) com o título de “O espaço de vida do agente de segurança penitenciária no cárcere: entre gaiolas, ratoeiras e aquários."
Durante o trabalho Lourenço analisou 27 profissionais da área em duas unidades masculinas do Estado de São Paulo. Os agentes foram observados durante 120 horas, o que correspondente a dez plantões.
Entre outras constatações importantes, o pesquisador concluiu que : o ambiente das prisões, além de perigoso e insalubre, é também um lugar precarizado e pauperizado. Os profissionais sentem a consequência das condições inadequadas de trabalho, mas poucos conseguem, no sentido da transformação do ambiente.
Segundo ele, as más condições de trabalho levam à precarização da própria existência pessoal dos ASP's e o ambiente da prisão leva à vitimização das pessoas, sejam funcionários ou presos.
O autor também destaca que os ASPs sofrem com a pena de reclusão, mesmo não sendo eles os prisioneiros. O trabalho com mais de 200 páginas esta a disposição para reflexão da categoria no site do SINDCOP - www.sindcop.org.br.

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