Conforto da Penitenciária Feminina de Pirajuí deixa visitantes surpresos

Quem participou da solenidade de inauguração da Penitenciária Feminina de Pirajuí, ocorrida no último dia 13 de julho, saiu do local surpreso com o que viu. O ambiente confortável da penitenciária, projetada exclusivamente para receber mulheres, causou espanto até mesmo em servidores do sistema penitenciário.

A Penitenciária Feminina foi inaugurada pelo secretário da Administração Penitenciária (SAP), Lourival Gomes e contou com a presença de cerca de 200 pessoas, entre elas, diversas autoridades e funcionários do primeiro escalão da SAP, como o coordenador da Região Noroeste Carlos Alberto Ferreira de Souza.

Simpático e acessível, o secretário recebeu a imprensa e pousou para fotos ao lado de amigos e das ASPs que irão trabalhar na unidade. No início da solenidade de descerramento da placa de inauguração, o secretário quebrou o protocolo e convidou o presidente do SINDCOP, Gilson Pimentel Barreto para integrar a comissão de convidados especiais que participavam do evento.

Em seu discurso, o secretário alertou para os números “estarrecedores” do crescimento da população carcerária no Estado. Segundo ele, para suprir a demanda mensal seria necessário construir uma penitenciária por mês. O secretário usou números para justificar a necessidade de construção de novas unidades pelo Governo de Estado.

Ele também ressaltou, durante o discurso, o cuidado que o governo teve ao elaborar o projeto da Penitenciária Feminina de Pirajuí, construída para atender todas as necessidades das detentas, principalmente a das que são mães. Segundo ele, o objetivo da SAP é humanizar o atendimento ás mulheres para que haja ressocialização das detentas e o menor número possível de reincidência penal.

Esta é a 3ª unidade feminina do Plano de Expansão de Unidades Prisionais e a 152ª do Estado de São Paulo. Além da unidade de Pirajuí, o Estado dispõe de penitenciárias femininas em São Paulo, Ribeirão Preto e Campinas. A unidade custou cerca de 54 milhões e vai abrigar 768 detentas, sendo 600 em regime fechado. Além da Penitenciária Feminina a unidade dispõe de uma Ala de Progressão Penitenciária – com área construída total de 17.263,01m².

A prioridade é abrigar detentas cujas famílias moram na região. A unidade está sob a responsabilidade da diretora Deise Papassoni e contará com o trabalho de mais de 200 ASPs. Algumas delas são da região, mas estavam trabalhando em outras unidades, como Santana e Tremembé.

Segundo o secretário, a construção da unidade respeitou as particularidades e necessidades das mulheres, inclusive ás relacionadas à saúde. Ele disse que a medida é inédita já que a detentas eram abrigadas em unidades construídas para receber homens e sem nenhuma adaptação que lhes favorecesse.

Além da área de saúde específica para a mulher, a unidade oferece um setor destinado à amamentação, creche, biblioteca, pavilhão de trabalho, padaria artesanal, lavanderia, consultório odontológico, enfermaria e setores destinados a visita íntima.

Ao entrar pelos corredores da nova unidade já se percebe a diferença em relação ás unidades masculinas. As novidades começam pelas cores das paredes e das celas, que são claras e dão uma sensação de bem-estar o que contrastas com os corredores escuros das unidades masculinas.

Também foram usados tons claros, no interior das celas que não dispõe de grades nas janelas. Segundo o secretário, as grades foram substituídas por concreto para não chocar os filhos das detentas que visitam o local. Os banheiros das celas, além de chuveiro oferecem ducha higiênica.

As detentas também têm a disposição salas de aulas, áreas para atividades esportivas e pátio descoberto com palco para múltiplo uso, por pavilhão. O pavilhão de Trabalho dispõe de áreas de convivência e visitas, com playground, praça de areia e salas para atividades educativas com os filhos como brinquedoteca, videoteca e oficina cultural. Os quartos e a sala de amamentação são coloridos e confortáveis com mobílias brancas e paredes decoradas com adesivos.