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SINDCOP ESTÁ DE LUTO




 

Acabamos de perder o nosso querido companheiro e ex-presidente do SINDCOP Pedro Faria Lopes. Ele nos deixou no início da noite, aos 72 anos, depois de passar dias na UTI do Hospital de Base. Estamos tristes porque não só perdemos um lutador por melhorias do sistema penitenciário, como um grande amigo.
O corpo franzino e frágil do “Seu Pedro”, como era carinhosamente chamado, contrastava com sua coragem e força. Conciliador e preocupado com os colegas de trabalho, ele não mediu esforços para ajudar outros servidores e lutar pelos seus direitos.
Foi tesoureiro do SINDCOP até 2006 e presidente da entidade de 2007 a 2010. Depois que deixou o cargo de presidente, ele continuou frequentando o Sindicato tanto para rever os amigos como para se inteirar da luta.
O carinho e o humanismo, somado ao seu sorriso foi um balsamo para muitos. “Seu Pedro” vai deixar muitas saudades e também muitos exemplos positivos para toda a categoria.
Despedimos-nos deste nosso amigo, com muita tristeza.
Deixamos aqui um editorial do jornal Novo Tempo, escrito por ele em 2007, para que todos relembrem sua força e a luta pelos servidores.


“Uma classe desvalorizada pelo setor público e pelo público em geral por falta de informações das funções executadas pelos funcionários.
Para a maioria da população os servidores que trabalham no sistema apenas abrem ou fecham portas, mas na realidade a situação é completamente diferente, pois os mesmos executam tarefas como: enfermeiro, psicólogo, assistente social, motorista, escolta, reeducador, além de ser o elo entre o reeducando e o mundo lá fora. Sem contar que prestam também relevantes serviços jurídicos a todos os sentenciados.
É considerada a classe trabalhadora que corre o maior risco de vida do mundo, pois tem sobre sua responsabilidade uma média de 1.000 (um mil) detentos por unidade que, em certos horários, ficam soltos no raio e os agentes transitando entre eles tendo como armas caneta e apito.
E sabem por que desconhecem todo nosso trabalho? Simplesmente porque não fazemos propaganda sobre isso, ao contrário de outras secretarias que, até fazendo o que não lhe cabe  são elogiadas, são enaltecidos em todas essas ocasiões.
Nós somos lembrados pela mídia quando o pior acontece. Aí sim somos taxados de corruptos, vagabundos, coniventes o que é uma injustiça.
As pessoas que nos dão essa conotação nunca estiveram em uma unidade prisional e nem sonham quantas dificuldades nos temos para cumprir com o dever, pois somos completamente excluídos, tanto pela mídia como pelo governo.
Este se preocupa em dar frotas de veículos a outras secretarias, pois a repercussão é inteiramente favorável a seus propósitos políticos.
Caso os senhores queiram conferir dirijam-se as unidades prisionais de Bauru e irão constatar a precariedade que trabalhamos usando verdadeiras sucatas.
 Confiram e depois digam se isso é verdade ou não.
Triste é verificar que em uma recém-cartilha lançada (em estudos) existem somente deveres do funcionário, direitos estão explícitos e não são cumpridos pelo governo.
Para provar o que digo, recentemente fizemos uma paralisação da classe no estado de São Paulo, onde os funcionários agiram com consciência, não houve se quer um incidente, uma greve que não foi considerada ilegal.
No entanto foram descontados os dias parados e até hoje apesar de termos entrado na justiça, não houve reembolso.
Estamos também sofrendo descontos de 5% de nossa remuneração (desconto adicional) a favor do Iamspe, mas até hoje não obtivemos resposta para onde estão sendo usados esses valores.
Aproveitar o horário político para dizer que é “bonzinho” é muito bonito para quem está por fora dos desmandos do governo.
Mas para nós, até que ele nos de uma notícia humanitária, até que chegue a conclusão de que 30% de nossa classe sofrem e necessitam de amparo daquele que é nosso patrão, até que não sejamos mais tratados como cães raivosos, pois somos humanos, temos família, queremos ter orgulho de pertencer a está classe.
Somos dignos, honestos e conscientes de nossos deveres.
Quando ele demonstrar isso passaremos a acreditar no espírito humano e solidário que ele nos passa através da mídia’’.
Pedro Faria Lopes


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