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Por que tanta apatia?



O governador José Serra deixou o governo do Estado de São Paulo sem responder as reivindicações da Campanha Salarial dos servidores penitenciários e sequer conceder reajuste de salário para a categoria. Em Brasília, deputados se uniram e impediram que a PEC 308 (Projeto de Emenda Constitucional que prevê a criação da Polícia Penal) fosse colocada em votação.
Em nenhum dos casos o servidor penitenciário se uniu para lutar por novas conquistas, ou levou em conta o poder que se tem para negociar com as duas esferas do governo nas vésperas de eleições.
Perderam-se duas grandes oportunidades de avançar na conquista de novos benefícios, já que este é considerado o período ideal para pressionar as lideranças políticas e buscar melhorias para a categoria.
Enquanto a categoria se mantém distante e apática o governo usa mecanismos antigos para calar o Sindicato. A entidade não tem mais liberdade para manifestações públicas contra o governo, sem correr o risco de ser calada judicialmente.
Prática semelhante foi usada durante o regime militar quando ainda a democracia era um sonho.
E por falar em passado, vale à pena lembrar que naquela época, apesar da repreensão, trabalhadores de todos os setores eram dotados de uma coragem exemplar que custou a vida e a liberdade de muitos.
A duras penas, sindicatos e trabalhadores conquistaram grandes avanços nas relações de trabalho. Até elegemos um Presidente oriundo do movimento trabalhista.
Tínhamos tudo para comemorar!
No entanto, as vitórias acabaram ofuscando a realidade e aos poucos os trabalhadores foram mergulhando numa apatia nunca vista.
Diferente do trabalhador da década de 80, o de hoje é indiferente, passivo, se esquiva da luta como se não houvesse motivos para lutar. Esse também é o perfil do servidor penitenciário.
Por isso, não causa estranheza a falta de participação em dois momentos tão importantes para a categoria.
O servidor se esquiva, por assim como tantos outros trabalhadores, está desencantado com o Estado, com os políticos e com as entidades que o representa.
O servidor tem medo, e por isso aceita passivamente tudo o que lhe oferecem. Não importa se os salários não condizem com o valor do trabalho, se o ambiente de trabalho estão mal organizado e redunda em desvios de funções, se o fluxo do trabalho é inadequado,se existe lentidão na solução de problemas, ou se não existem canais de comunicação eficientes entre servidor e governo.
Nada importa.
O servidor assinada o ponto, cumpre mecanicamente seu trabalho, encerra o expediente, e ao deixar as unidades porta-se como se deixasse ali todos os seus problemas de trabalho.
Muitas vezes não percebe que ao chegar em casa transfere todas suas insatisfações para o ambiente familiar. Falta dinheiro para pagar todas as contas, para o lazer, disposição para dar atenção à família. Mas ele acha tudo normal. É a vida!
Desencantado ele segue sua rotina resignado e com medo de arriscar a perder o pouco que conquistou.
De vez em quando, surge um lampejo de consciência e ele sente vontade mudar. Então faz críticas infundadas e vazias ao Estado, ao Sindicato e as demais instituições.
Mal sabe ele que essa apatia é fruto do sistema neoliberal. Resultado da escravidão ditada pelo modelo capitalista onde o lucro está acima de tudo.
Mas sempre é tempo de mudar.
Para isso estamos aqui. Porém precisamos de um mínimo de participação para conquistar melhorias para a categoria.

2 comentários:

  1. O texto sugere que seja feita manifestações de quatro em quatro anos. Somente no período eleitoral, aí teríamos mais condições de conquistar benefícios. Melhor se fosse DIREITOS.
    Sobre o governo barrar a greve com ação na justiça, diria que esse é o caminho que o sindicato deveria usar sempre, pois há motivos de sobra, como no caso dos AEVPs que não possuem isonomia junto aos colegas ASP, local de exercício e mais recentemente ambas as categorias estão penando com o congelamento da insalubridade. Cadê o sindicato para entrar na justiça contra o descumprimento desses DIREITOS? Ficaremos esperando as eleições de 2014 para novamente formularmos uma pauta salarial e depois de 14 meses recebermos 6.25 no base.
    Quanto ao servidor esquivar-se, melhor seria desanimar-se com a anemia do sindicato. Como pedir para os filiados se mobilizarem numa greve, sendo que muitos funcionários vivem prestando serviços ao governo em troca de esmola. Digo do GIR e mais recentemente a intenção de criar a CIR. Considerando que os voluntários do GIR não se prestassem mais ao serviço enquanto o governo não sentasse a mesa de negociação. Mas isso em março de 2009, acreditaríamos que seria e poderá ser uma grande pressão sobre o governo. Com certeza a imagem do sindicato mudaria junto aos filiados.

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  2. o sindicato é instrumento de luta

    Muitas pessoas torcem o nariz quando o assunto é sindicato. Acham que o sindicato não serve para nada e que todas as conquistas da categoria aconteceram porque o secretário, algum político ou o próprio governador reconheceu que os funcionários do sistema prisional mereciam tal benefício. Prova é que cerca de 30% apenas dos servidores penitenciários são filiados a uma das entidades sindicais da categoria. Sem contar o alto número de desfiliações decorrente da total desinformação de muitos
    filiados.
    Quero esclarecer as estas pessoas que o sindicato só existe porque pouquíssimos funcionários se propõe a cada quatro anos estarem formando chapas para concorrer as eleições em seus sindicatos. São estes funcionários os sindicalistas tão criticados, que sacrificam suas horas de folga em pról do sindicato e não tem nenhuma remuneração para isso. Estes sindicalistas são nossos colegas de trabalho. Souberam reconhecer o sindicato como instrumento de luta e é graças a perseverança destes é que existem os sindicatos. Sem a atuação dos sindicatos não existe conquista trabalhista. E sem pessoas engajadas não existe sindicato.
    Peço a todos que porventura leiam este artigo que procurem se informar mais, acessando o site de todos os sindicatos e que não corram contra o sindicato, pois os que fazem isto estão atirando contra o próprio pé. Convido os não filiados a se filiarem. O sindicato é nosso único instrumento de luta e a situação seria muito pior sem ele. A cada eleição procurem formar chapas para concorrer. A continuidade do sindicato só depende de nós.

    Eliseu Carlota
    Diretor da Subsede de Serrana.

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