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MP defende transferir líderes do PCC de SP para presídios federais

Atual governador do Estado, Márcio França se reuniu com secretários de segurança e da administração penitenciária para discutir a questão, ainda sem veredito

Um dos pedidos de transferência é de Marcola, apontado como número 1 da facção | Foto: Reprodução

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) defende a transferência de 11 líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), presos na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, para presídios federais. O governador Márcio França (PSB) e os secretários estaduais da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho, e da Administração Penitenciária, Lourival Gomes, se reuniram ontem para discutir o assunto.
O MP vem pedindo a remoção dos líderes do PCC desde 2016, quando foi deflagrada a Operação Ethos, que desarticulou a célula jurídica da facção, chamada de “sintonia dos gravatas”, formada por 14 presos e ao menos 30 advogados. O novo pedido do órgão pode ser protocolado nos próximos dias na Corregedoria dos Presídios de São Paulo – a Polícia Civil também havia pedido as transferências de membros da facção.
A proposta do MP pela transferência dos presos ganhou mais força nas últimas semanas, quando foi descoberto um plano para resgatar os líderes da organização criminosa, recolhidos na P2 de Venceslau. Para evitar uma ação desse tipo, o governo de SP mobilizou, no mês passado, 200 policiais militares do Comando de Choque, unidade de elite da Polícia Militar, para a região do presídio.
Os PMs são de batalhões da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), do COE (Comando de Operações Especiais) e do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais). Eles são treinados por homens do Exército e estão aprendendo a atirar até com metralhadora ponto 50, munição capaz de derrubar aeronaves e de perfurar veículos blindados.
O aeroporto municipal de Presidente Venceslau continua interditado por medida de segurança, conforme publicado pela Ponte. Além da tentativa de fuga dos cabeças do grupo, integrantes do PCC pretendiam realizar ataques terroristas em seis capitais de estados brasileiros e colocar a culpa na facção rival CV (Comando Vermelho). A guerra entre ambas ocorre desde 2015.
Dos 14 presos envolvidos na Operação Ethos, três deles (Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, Eric Oliveira Farias, o Eric Gordão, e Paulo Cézar Souza Nascimento Júnior, o Paulinho Neblina) já estão em presídios federais. Na lista dos 11 possíveis transferidos constam os nomes de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, apontado como número 1 do PCC; Daniel Vinícius Canônico, o Cego; Antônio José Muller Júnior, o Granada;  Valdeci Francisco Costa, o C.I; e Airton Ferreira da Silva, o Tico Preto.
Os demais são Paulo Pedro da Silva, o Beiço; Paulo Felipe Esteban Gonzalez, o Teco-Teco; Wilber de Jesus Mercês, o Ralf; Marcos Paulo Ferreira Lustosa, o Mandrová; Márcio Domingos Ramos, o Gaspar; e Cléber Marcelino Dias dos Santos, o Clebinho.
Esses 11 presos cumpriram castigo de um ano no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), no Centro de Readaptação Penitenciária de Presidente Bernardes, e foram internados logo após a deflagração da Operação Ethos. Depois do período de castigo, eles foram mandados de volta para a P2 de Presidente Venceslau. A Justiça de São Paulo, porém, indeferiu o pedido de remoção deles para presídios federais.
O teor da reunião de ontem entre o governador Márcio França e os secretários Mágino Alves e Lourival Gomes não foi revelado. Há rumores, entretanto, de que as autoridades governamentais temem que a remoção da liderança do PCC possa desencadear outra onda de violência em São Paulo, como a registrada em maio de 2006.
Naquela ocasião, o governo estadual isolou 765 presos do PCC na P2 de Venceslau e, por conta disso, a facção criminosa atacou as forças de segurança, matando dezenas de policiais civis e militares e se rebelando em 74 presídios do Estado. Ao menos 493 pessoas foram mortas, segundo números oficiais, no revide do Estado aos ataques da facção, ação conhecida como Crimes de Maio de 2006.

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